Grandes mudanças sociais e econômicas costumam influenciar hábitos, padrões de consumo e o surgimento de novos modelos de negócio. A pandemia do novo coronavírus é um exemplo de período difícil que fez com que muitos gestores tirassem projetos do papel.
Em dias, empresas foram quase que obrigadas a inovar: tiveram que adotar conceitos completamente novos, como o trabalho remoto, o e-commerce e a entrega de produtos.
Às restrições à circulação de pessoas, necessária para achatar a curva de contágio do vírus e evitar o colapso do sistema de saúde, impactou negativamente o faturamento de muitas empresas.
Se você não vende produtos cujas demandas aumentaram no período de quarentena, como itens de limpeza, saúde e alimentação, entende bem a situação.
Mesmo com a reabertura gradual do comércio, é preciso ter cautela. Primeiro, porque de uma hora para a outra, o comércio pode precisar fechar novamente, como aconteceu em municípios da região de Campinas (SP), no início de julho.
E segundo, porque ainda não se sabe até quando precisaremos evitar aglomerações. Embora a quarentena não dure para sempre, a exemplo da situação em países da Ásia e Europa, a preocupação com o distanciamento social e a higiene devem continuar.
Se você administra um negócio, precisa conhecer previsões para se adaptar com agilidade, se for preciso. Anotamos algumas observações e apresentamos, neste artigo, algumas novidades que surgiram com a pandemia — bem alinhadas com as tendências de varejo para 2020 sobre as quais já escrevemos aqui no blog.
Acompanhe o artigo e entenda mais sobre o que você pode ter que fazer para adaptar a sua empresa ao “novo normal”.
Negócios mais digitais
Você já deve saber por que ter uma loja virtual é importante, não é? Em meio a pandemia, entre março e abril, cerca de 100 mil novos e-commerces foram inaugurados no Brasil.
O comércio eletrônico, naturalmente é uma das principais soluções para vender com a loja fechada.
Esse movimento rumo ao digital não deve ser, no entanto, temporário. A necessidade dos varejistas de vender online unida à demanda dos consumidores no período pode inspirar mais confiança no e-commerce, o que deve favorecer o modelo no futuro.
Se você ainda não vende online, a hora de começar é agora. Você nem precisa alugar uma loja virtual, se ainda não tiver tempo, conhecimento ou recursos para investir.
Redes sociais, como o Instagram e o Facebook, também são bons canais para expor os seus produtos, especialmente se você tiver um bom sistema de gestão..
Monte um catálogo online, seja em redes sociais ou em uma plataforma, tenha um bom sistema de atendimento ao consumidor e de entregas eficientes e não deixe de investir em marketing digital.
Afinal, se você tem um canal de vendas na internet, não pode esperar que o consumidor simplesmente chegue até você, como quando alguém nota um belo sapato na vitrine de uma loja.
Você precisa atrair público e, para isso, deve considerar investir em anúncios, produção de conteúdo e mídias sociais. A boa notícia é que, com baixo custo, você consegue criar autoridade, promover o crescimento da empresa e se comunicar com a pessoa certa na hora ideal.
Novas prioridades
Muitos consumidores vão às lojas de suas preferências, mesmo quando podem comprar no conforto de seu lar, por que querem escolher entre opções, experimentar produtos, conversar com bons vendedores e preferem agilidade.
No entanto, ainda não se sabe por quanto tempo a pandemia será uma preocupação. Talvez você mesmo já tenha instalado uma pia, um porta papel toalha, um frasco de álcool em gel ou aumentado a frequência de limpeza na loja.
Mas é importante considerar a possibilidade de que essas ações precisem continuar e que o consumidor passe a valorizar mais a higienização e a agilidade no atendimento do que um atendimento consultivo, devagar.
Você também pode ter que repensar o layout ou a operação da loja, especialmente se é um lugar onde o consumidor experimenta produtos ou consome alimentos e bebidas. É importante considerar a clareza, os espaços do ambiente e até mesmo vendas fora da loja.
Ainda nesse contexto, colocar alguns colaboradores em home office ou no escritório para atender clientes pela internet pode ser uma maneira interessante de reduzir custos e inovar.
Novos meios de pagamento
Ainda devido à necessidade do distanciamento social e o cuidado com a saúde, as pessoas podem querer evitar ainda mais filas e contato com vendedores e superfícies físicas no futuro.
É possível que lojas onde o cliente pode comprar e pagar sem precisar ir a um caixa ou utilizar dinheiro ou cartões tenham uma vantagem competitiva importante.
Os pagamentos por aproximação e a dinâmica de comprar online e retirar na loja já evitam esse contato, mas com a chegada do PIX, a transferência eletrônica deve se popularizar no Brasil. Você pode saber mais sobre esse sistema neste artigo.
Agilidade na logística e distribuição
Os serviços de entrega cresceram muito durante o período da quarentena. Nas duas primeiras semanas de março, início da pandemia no Brasil, o aumento foi de 77% no segmento alimentício, de acordo com um estudo. Essa tendência, que já era observada para o varejo, foi impulsionada pela pandemia.
Mesmo que você não venda alimentos, pode se beneficiar dos serviços de entrega compartilhada, por meio de aplicativos como o Rappi, Loggi, Shippify, Click Entregas, Bee Delivery e Eu Entrego.
Além dos aplicativos, você pode contratar os Correios! A estatal tem investido em novas soluções de logística que podem ser muito úteis na implementação de uma estratégia omnichannel com menos custos de logística.
Além do delivery, é importante considerar também a possibilidade de oferecer coleta de produtos comprados online na loja. De acordo com uma pesquisa, 70% dos brasileiros preferem fazer compras online, mas cerca de 60% pedem para retirar os itens em uma loja física. Por isso, pense em atuar como um centro de distribuição ou avalie parcerias.
Quem sabe você não tem como carta na manga a localização da sua loja? Você nem precisa ter uma grande empresa para isso! Basta ter presença online, um sistema de gestão integrado e uma boa logística.
A pandemia do novo coronavírus chegou no Brasil, pegou empreendedores de surpresa e confirmou muitas tendências do varejo, como o e-commerce e a dinâmica omnichannel. Observe o cenário e tente se adaptar às mudanças nos hábitos de consumo que podem ter surgido. Lembre-se de que a inovação costuma surgir em momentos de crises financeiras.
Se você acredita que este artigo pode ajudar outros empreendedores e empreendedoras a inovar, compartilhe-o nas suas redes sociais, por e-mail ou no WhatsApp.