Uma das tecnologias mais adotadas pelo varejo brasileiro nos últimos anos é a RFID.  Segundo dados de mercado da Reports & Reports, a utilização de tags e etiquetas usando esta tecnologia teve um crescimento estimado de 22,4% no Brasil durante os últimos cinco anos.

Apesar do crescimento, ainda são comuns dúvidas sobre a sua importância, seu funcionamento e as vantagens que ela entrega. Por outro lado, não há dúvidas sobre seu lado inovador e como ela tem a capacidade de transformar as mais diversas áreas do mercado, como varejo e saúde, por exemplo.

Para compreender um pouco melhor sobre a importância e o impacto dessa tecnologia é preciso conhecer mais sobre ela. Vamos lá?

O que é RFID e como funciona?

Em uma tradução simples e direta, RFID é a sigla em inglês para “identificação por radiofrequência”.

Esta tecnologia usa frequências de rádio para capturar dados de um chip e seu número de série, o que permite identificar objetos, pessoas ou qualquer outra informação que esteja configurada neste microchip.

Além disso, essa tecnologia permite a captura de tais informações sem a necessidade de uma aproximação direta do chip, ao contrário dos códigos de barras, por exemplo.

Para quem gosta de informação um pouco mais técnica, aqui vai uma breve explicação de como a tecnologia funciona (se você não gostar, pode pular diretamente para o próximo tópico):

Um sistema de RFID funciona, basicamente, através de uma antena (transceptor) que faz a leitura do sinal nas etiquetas e transfere a informação para um dispositivo leitor. Já a etiqueta eletrônica guarda em seu chip as informações do produto e emite um sinal mais fraco, que é lido ao entrar em contato com o transceptor. Depois de transferidas para o leitor, as informações das etiquetas são convertidas para dados digitais, que poderão ser analisadas e tratadas. Legal, né?

Usos e possíveis aplicações da RFID

A RFID funciona como uma tecnologia complementar ao já conhecido código de barras, mas possui mais recursos, capazes de transformar a maneira de se trabalhar. Ela entrega mais agilidade e velocidade aos processos que envolvem a identificação de objetos, como gerir inventários e vendas de grandes quantidades de produtos, assim como também pode ajudar a reduzir desperdícios, evitar roubos e simplificar a logística dos materiais.

Enquanto um código de barras é limitado no armazenamento de informações sobre um determinado item, a RFID carrega um volume maior de dados.

Por exemplo, com base nos dados em uma etiqueta RFID, é possível saber quando uma camiseta foi produzida, quando foi vendida, quantas vezes ela foi provada antes de ser comprada e quem foi o cliente que a comprou. Até mesmo no pós-venda, é possível saber se o mesmo item voltou à loja para trocar, cruzar com dados dos lotes comprados e ver quantas peças do mesmo lote deram problema.

Ficou curioso por outras possíveis utilizações?

Um outro exemplo de aplicação da RFID é para a realização de pagamentos em trânsito: alguns pedágios no Brasil já utilizam a tecnologia para a cobrança automática de motoristas, sem que eles necessitem parar o carro.

No varejo a possibilidade de aplicações é ainda maior! Ela vai desde pagamentos via celular até o controle de mercadorias e estoque.

Em um supermercado, por exemplo: Imagine ter carrinhos de compras equipados com leitores de RFID, com a capacidade de ler as tags dos produtos colocados no carrinho.

Assim, através de um pequeno display no próprio carrinho você poderia saber todas as informações sobre produtos, assim como o valor total da compra de forma automatizada! E para facilitar, não seria necessário enfrentar as filas dos caixas: sua compra poderia ser finalizada pelo próprio celular, que integraria um carrinho virtual ao seu aplicativo de cartão de crédito.

Parece um filme de ficção científica? Saiba que não é!

Nos Estados Unidos, por exemplo, a Amazon já criou uma loja experimental com uma tecnologia semelhante à RFID.

No estabelecimento, que fica em Seattle, não existem caixas: basta pegar os itens desejados e colocar na sua sacola que os itens automaticamente serão colocados dentro do carrinho virtual integrado com o aplicativo da Amazon. No momento em que o consumidor sai da loja e passa pelo leitor que há na porta,  o valor dos itens que ele está levando é automaticamente debitado do cartão de crédito cadastrado no aplicativo.

Vantagens da tecnologia RFID

Além das vantagens já citadas, a tecnologia de RFID também entrega outros benefícios, como:

  • A leitura simultânea de várias tags, tanto estáticas quanto em movimento;
  • Maior durabilidade em relação à etiquetas de código de barras;
  • Velocidade de leitura;
  • Segurança contra falsificações e roubos com rastreabilidade.

As desvantagens da RFID

Mas como nem tudo são flores, a RFID também possui seus contras:

  • As etiquetas desta tecnologia ainda custam muito mais caro que as tradicionais, e exigem investimentos adicionais, como leitores especiais e antenas;
  • Seu funcionamento depende totalmente da utilização de antenas, ou seja, sem essa cobertura não é possível ler as informações das etiquetas;
  • Campos magnéticos interferem nas ondas do RFID, o que limita a cobertura das antenas, exigindo mais investimentos em equipamento.

A RFID vai substituir os códigos de barra tradicionais?

Apesar das grandes vantagens da RFID em relação ao código de barras, especialistas dizem que a RFID não irá substituir a já tradicional tecnologia usada pelos produtos. Segundo eles, é mais provável que os dois irão trabalhar em conjunto. Isso porque a necessidade e a demanda de cada uma destas tecnologias são diferentes.

Mesmo assim, ao que tudo indica, a identificação por radiofrequência caminha a passos largos para se fixar definitivamente como um dos padrões de identificação de produtos no futuro.

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